Liderança de Pessoas e Como Motivar as Equipas Durante a Quarenta e no Regresso
Liderança de Pessoas e Como Motivar as Equipas Durante a Quarenta e no Regresso
Novembro 26, 2020
1. Quando é que a PrimeIT se apercebeu pela primeira vez do que estava a acontecer em relação à pandemia e que tinha de tomar uma decisão em relação ao teletrabalho?
A primeira grande chamada de atenção foi quando constatámos que vários países começaram logo a fechar as suas fronteiras com a China e, pelas notícias, dava para perceber que a situação era extremamente grave, complexa e de que havia muito pouco conhecimento sobre como controlar esse vírus.
Pela monitorização de outros escritórios que temos na Europa também rapidamente deu para perceber que cada país e empresa estava a adoptar as suas próprias medidas face à falta de orientações gerais. Nesse contexto, recordamo-nos de tomarmos a decisão do teletrabalho antes do estado de emergência, e que no dia 13 de Março já estávamos praticamente todos em teletrabalho, com todas as acções e medidas tomadas e implementadas na empresa.
2. A nível empresarial, que medidas foram desde logo tomadas?
Tomámos várias. A nível empresarial, a nossa maior preocupação foi a saúde da nossa equipa de Consultores e o impacto que o seu trabalho poderia ter nos projectos dos nossos clientes. Tentámos criar as melhoras condições que assegurassem que o trabalho poderia decorrer da mesma forma em casa, aumentando em poucos dias o nosso parque informático com mais de 150 equipamentos, providenciando o acesso à internet, com a qualidade necessária para os consultores que não conseguiam garantir isso nas suas casas, e passámos a fazer reuniões diárias, através do Teams, Zoom e/ou Skype, quer com a equipa de Backoffice, quer com a nossa equipa de Consultores e Clientes. Escrevemos e implementámos também um manual de boas práticas de Teletrabalho, acompanhando sempre a nossa equipa e claro, criámos todas as condições no escritório para se trabalhar, desde comprar milhares de máscaras, álcool gel e tapetes para desinfectar os sapatos. Limitámos ainda o acesso a zonas do escritório, distribuímos o espaço físico para assegurar distâncias de segurança entre colaboradores, etc.
3. De que forma esta rápida adaptação foi vantajosa para as equipas manterem o seu trabalho?
Foi muito vantajosa pois evitámos quebras no trabalho das nossas equipas. Num dia estavam no escritório e no dia a seguir estavam em casa a trabalhar da mesma forma, com todas as ferramentas necessárias. Foi mesmo um desafio superado conseguir preparar tudo para centenas de pessoas em tempo útil.
4. Na PrimeIT trabalhamos diariamente para manter uma relação muito próxima com todos os Primers e a nossa cultura organizacional reflecte isso mesmo. Como conseguir a motivação nessas circunstâncias?
Em virtude do nosso sector, esse é, e sempre será, um trabalho contínuo, o de criar uma cultura de proximidade mas à distância. Em teletrabalho tudo se torna mais difícil, mas acabámos por criar dinâmicas diferentes e divertidas também como alternativa. Conseguimos conhecer as casas e famílias de muitos colegas, atráves das plataformas que utilizávamos para trabalhar, fizemos aulas de fitness entre todos, coisas que em tempos pré-covid, não aconteciam… Relativamente aos eventos presenciais, que tanto nos distinguem, é que não há alternativa possível mas cabe ao marketing ser criativo e encontrar formas de unir na mesma os nossos Primers, que é um dos grandes objectivos de todas as nossas acções.
5. Como foi conciliar a vida de pais com a gestão de várias empresas, num contexto tão diferente?
(risos) Foi certamente o maior desafio para todos os Pais, especialmente para todos os que têm filhos pequenos. Entre aulas online, confecção das refeições, apoio ao estudo, gerir birras e manter as reuniões com as equipas, foi quase um teste de sobrevivência. Mas foi necessário assumir isso de forma natural e, de vez em quando, havia um “olá” dos meus filhos para as minhas equipas quando estavam a decorrer reuniões. Acho que todos nos tornámos mais tolerantes e mais próximos de quem nos quer bem.
6. E hoje, quais são as preocupações estratégicas, a curto e a longo prazo, tanto a nível relacional como empresarial?
Acreditamos que isto não vai durar para sempre, pode e vai demorar mais uns meses e, em grande parte do ano 2021, sim. No entanto, a nossa maior preocupação mantém-se: continuar a nossa actividade à distância com o mesmo objectivo que é trabalhar para criar uma das melhores consultoras em Portugal e na Europa. O caminho é longo, mas são os pequenos passos que nos colocam na direcção certa. Podemos relevar que já em 2021 vamos abrir pelo menos 2 novos escritórios internacionais, o que demonstra a nossa ousadia e confiança do que o futuro nos reserva.
7. Qual a grande lição a retirar desta crise?
Tiramos várias! A primeira é que aprendemos a dar valor à nossa liberdade e ao contacto directo e pessoal que tínhamos com o outro. Depois, conseguimos perceber que trabalhar em casa até pode ser útil mas só de vez em quando, não diariamente, pois precisamos de ir ao escritório e estar cara a cara com os nossos colegas e com os nossos clientes. Por fim, mesmo com todas as limitações e sendo algo tão novo para todos, provámos que conseguimos adaptar-nos a diferentes contextos e que em crise “juntos somos mais fortes”.