Inovações tecnológicas ou falhanços da tecnologia?
Inovações tecnológicas ou falhanços da tecnologia?
Março 24, 2022
Elas eram inovadoras. Ou pelo menos pareciam à primeira vista. Muitas delas foram pioneiras no seu mercado e área. Abriram caminho para novos percursos na tecnologia e na sua inovação. Algumas foram empurradas para um canto, nem um mês após a ribalta. Outras, estiveram “no ar” anos, antes de serem substituídas.
Estas inovações tecnológicas que hoje partilhamos contigo, podem também ser conhecidas como “falhanços”. Dependendo da perspectiva do utilizador, muitas destas criações, por muito inúteis que se tenham revelado na altura, acabaram por nos trazer a informação e/ou material que necessitávamos para avançar com certos projetos.
Partilhamos contigo algumas das inovações que acreditamos terem feito uma maior “mossa” no percurso tecnológico da história.
AltaVista
Nos primórdios da WWW, o AltaVista surgiu como a ferramenta pioneira no mercado dos motores de pesquisa. Criado em 1995 pela Digital Equipment Corporation, é graças a ele que temos acesso a variadas técnicas que motores de busca ainda utilizam actualmente. Rapidamente se tornou num sucesso junto dos seus utilizadores por permitir o acesso a dez vezes mais páginas da web do que qualquer outro motor de busca.
Foi o primeiro motor de busca a permitir uma pesquisa utilizando linguagem natural, por exemplo, quando escrevíamos uma questão como “O que é software development?”, a pesquisa era focada nas palavras “software” e “development”e não nas restantes preposições que compunham a frase e que para pouco tinham relevância. Além disto, foi também o primeiro a permitir pesquisar por imagens, vídeo e áudio. Antes da sua chegada, os resultados eram apenas apresentados em texto.
Infelizmente, não demorou muito tempo até a Google surgir e destronar o AltaVista. O que aconteceu? Os seus maiores fãs foram o seu fim. Ninguém sabia como trabalhar com ele e, com o passar do tempo, acabou por ser esquecido e raramente utilizado. E, após saltar de empresa para empresa, “morreu” em 2013 às mãos da Yahoo.
No seu fim, o AltaVista já era considerado como “parte da mobília” da web. Apesar da falta de marketing na disseminação necessária para ultrapassar a Google, desempenhou um papel importantíssimo ao remodelar as expectativas dos utilizadores face às pesquisas na web. A queda do AltaVista é uma história que pode fazer tremer muitos negócios online. Apesar de ter sido o primeiro e um dos mais avançados até hoje, mostrou-se falível sem os seus milhões de utilizadores.
MySpace
Em 2003, nascia aquela que se tornou numa das maiores redes sociais da história. Proveniente da ideia desenvolvida por 3 jovens especialistas que trabalhavam na empresa eUniverse em Marketing Digital, o MySpace chegou como uma versão melhorada da rede social Friendster.
Rapidamente cresceu no número de utilizadores e, no ano seguinte, já contava com mais de um milhão. Com o intuito de fomentar as relações entre os seus utilizadores e partilhar anúncios online, esta plataforma tirou partido da base de mais de 20 milhões de emails de que a eUniverse já dispunha. Era o local perfeito para fomentar anúncios dos produtos da empresa (de marketing).
Estrelas da música e do cinema aproveitaram a “onda” e juntaram-se a esta enorme rede social. Que melhor plataforma para promover os seus álbuns e muitos talentos, do que uma rede que já crescia diariamente em milhares de utilizadores?
Até 2009, a rede cresceu exponencialmente e sem opositores. No entanto, apesar de tudo parecer bem aos seus utilizadores, dois grandes problemas surgiam no horizonte: a burocracia dentro da empresa e o crescimento do Facebook. Políticas corporativas, tensões internas e despedimentos em grande escala foram a ruína da uma vez adorada rede social. Dois anos depois, a guerra com o Facebook encontrava-se oficialmente perdida e novas redes sociais espreitavam no horizonte, prontas para tomar o seu lugar.
LaserDisc
Pensavas que o DVD tinha sido o primeiro tipo de vídeo em formato de disco? Então, deixa-nos apresentar o LaserDisc…
Lançado algures em 1978, pela DiscoVision, o LaserDisc saiu para o mercado com a intenção de ultrapassar as cassetes de VHS em imagem e qualidade de som. Infelizmente, apesar da sua aparência bem mais moderna e da sua capacidade de apresentar vídeo de qualidade, o seu lançamento foi um “flop”.
Em tamanho, era seis vezes maior do que um DVD, de aparência semelhante a um disco de vinil, com uma capacidade bem mais pequena, muito frágil e fácil de danificar. Devido ao seu peso e largura, era necessário um esforço mecânico significativo por parte do leitor, para o colocar a rodar, algo que produzia um ruído alto e desagradável.
Cada um dos seus lados apenas conseguia suportar uma hora de vídeo, o que significava que, para terminar um filme, era necessário fazer uma pausa para virar o disco a meio. Os leitores utilizados eram demasiado dispendiosos e barulhentos.
Assim, a tecnologia do LaserDisc nunca chegou perto de ultrapassar as cassetes de vídeo. Foi, no entanto, uma inovação tecnológica que permitiu a fundação dos futuros (agora presentes) CDs, DVDs e Blu-rays.