A cibersegurança nunca se provou tão relevante quanto hoje. À boleia de incontáveis ciberataques que ocorreram no país e no mundo, o recrutamento de especialistas na área tornou-se numa prioridade para as organizações. Além de perspectivas de carreira e condições salariais atractivas, os profissionais com uma carreira em cibersegurança não enfrentam vulnerabilidades ou flutuações no mercado de trabalho. Antes pelo contrário.

Cibersegurança: uma oportunidade de carreira

Motivado pelo surto de COVID-19, o trabalho remoto tornou-se num modelo imprescindível ao suportar a continuação das actividades das empresas. A pandemia mudou drasticamente os locais de trabalho e fez aumentar o número de horas que despendemos no online. Não surpreende, portanto, que o consumo de medias digitais tenha crescido em cerca de 25% num curto período de meses.

Não há como negar que certos instrumentos electrónicos se tornaram elementos indissociáveis do nosso dia-a-dia e que o universo digital expandiu as suas fronteiras. Entre smartphones e computadores portáveis, electrodomésticos, apps bancárias, carros e dispositivos para parametrização de indicadores de saúde, existe uma percentagem significativa das nossas vidas que pode ser rastreada… e atacada.

A cada 11 segundos, regista-se um ataque cibernético a dispositivos particulares ou empresarias. Considerando a aceleração da transformação digital, cada vez mais empresas estão a aumentar o seu investimento em cibersegurança para protecção contra malware, phishing e outras ameaças do meio digital. Os profissionais que construíram uma carreira em cibersegurança ou Business Intelligence são, como que, super-heróis da actualidade. Estes assumem um papel preponderante na protecção da humanidade… bom, não exactamente da humanidade, mas dos utilizadores, das empresas e da informação considerada sensível.

Em poucas palavras, os profissionais de cibersegurança assumem um vasto leque de responsabilidades, porém, o foco do seu trabalho é proteger sistemas e redes contra ataques informáticos e acesso não autorizado. Estes agem em duas etapas: proactivamente, ao antecipar e desenvolver mecanismos de defesa contra potenciais ataques, e activamente, reagindo a violações de segurança sempre que estas ocorrem.

Uma carreira em cibersegurança: factos e números

Ao longo dos últimos anos, a necessidade de especialistas qualificados em segurança da informação saiu reforçada pela migração das empresas e dos consumidores para plataformas online. De acordo com o New York Times, em 2021 existiam aproximadamente 3.5 milhões de vagas por preencher na área da segurança da informação. Este sector extremamente promissor oferece condições privilegiadas de estabilidade e flexibilidade aos seus profissionais, garantindo-lhes ainda vencimentos muito competitivos.

Sem igual no mercado de trabalho, a carreira em cibersegurança apresenta uma taxa de desemprego de 0% e esta tendência não tem registado alterações desde 2011. As empresas precisam de penetration testers, security researchers e architects, malware analysts, e muitos outros profissionais especializados para garantir a sua proteção contra incidentes digitais.

Por onde começar uma carreira em cibersegurança

Embora uma carreira na área da cibersegurança pareça quase magnética para aqueles que estão do outro lado, o conhecimento técnico e a experiência práctica necessários para se ser bem-sucedido provaram ser uma barreira para quem procura ingressar na área. De facto, as estatísticas revelam que o número de especialistas qualificados em segurança da informação é manifestamente insuficiente para as reais necessidades das empresas.

Ainda assim, esta é uma oportunidade de carreira promissora para aqueles com o perfil e background certos, ou para os profissionais à procura de um novo rumo. Por isso:

Investe na tua educação: Para te candidatares e seres bem-sucedido neste mercado de trabalho, deverás dominar as principais disciplinas de IT, incluindo arquitetura de redes e sistemas de informação, computação em nuvem e linguagens de programação. Na etapa seguinte e após contruíres a tua base, estuda matérias como segurança, criptografia, privacidade e proteção de dados, processos de backup, recuperação de dados, avaliação e teste de segurança, Direito das Tecnologias da Informação, ética e muitas outras. Portanto, um diploma em Cibersegurança é, geralmente, o primeiro passo. No entanto, independentemente do background em IT, a transição para a segurança cibernética pode também ser concretizada através de formação específica ou de um Mestrado especializado.

Investe em certificação: Algum tipo de certificação podem ser a tua porta de entrada no sector de cibersegurança, uma vez que muitas empresas favorecem candidatos que tenham feito este investimento na sua formação. As certificações validam e aprofundam o teu conhecimento e expertise em segurança da informação.

Antes de conquistares o título de especialista em cibersegurança, deverás dominar competências técnicas e ganhar experiência através de posições Junior. Relembra-te de que não existe um caminho único para o sector, já várias rotas podem conduzir-te à área da cibersegurança. Por isso, não tenhas receio de explorar novos trilhos e vários tipos de formação… mas planeia o teu caminho com sabedoria e estratégia. O ponto de partida mais importante é que sejas um aprendiz ávido e que tenhas um mindset analítico focado na identificação e resolução de desafios.