Portugal tornou-se num dos hubs tecnológicos mais promissores. O pequeno país à beira-mar plantado tem despertado a atenção (e coração) de clientes dos quatro cantos do mundo, desde startups aos maiores players do mercado. Com as organizações a explorarem progressivamente novas estratégias e soluções tecnológicas que potenciem os seus negócios, a procura pelo próspero talento tecnológico português continua a crescer de dia para dia.

Soluções tecnologias made in Portugal, o resultado de profissionais visionários

O logo “made in Portugal” é, actualmente, sinónimo de prestígio e confiança para consumidores e clientes. De facto, inúmeras soluções e gadgets tecnológicos lusos fazem parte do quotidiano de algumas das nações mais avançadas do globo. Por exemplo, os Países Baixos, a Dinamarca e o Reino Unido são apenas alguns dos países que utilizam software português para gestão da sua linha férrea. De um modo idêntico, também a NASA opera com programas de computação desenvolvidos por equipas portuguesas.

Multibancos, cartões de comunicações móveis pré-pagos, elevadores para cadeiras de rodas ou o método empregue na Via Verde espelham soluções desenvolvidas por técnicos portugueses que moldaram e melhoraram radicalmente a vida de muitos utilizadores.

Os últimos tempos têm sido áureos para as start-ups e empresas do país. Vários unicórnios de sucesso com ADN português têm atraído a atenção de muitos investidores internacionais. O valioso grupo constituído pela Farfetch, Outsystems, Feedzai, Talkdesk e Remote foram avaliados em mais de 34 biliões de euros.

Muito do que até aqui escrevemos revela o espírito empreendedor dos portugueses e a prosperidade da indústria tecnológica no país. Mas faltam números.

A Investigação e Desenvolvimento (I&D) é um indicador-chave para analisar e rastrear o percurso de desenvolvimento e o investimento em ciência e tecnologia. De acordo com um relatório de 2020 da Eurostat, Portugal revelou o sétimo maior aumento do investimento em I&D desde 2015.

Um país pautado pela inovação, Portugal mostra esforços para convergir com a média da União Europeia no que refere ao investimento em Investigação e Desenvolvimento. Ao seguir esta tendência crescente, em 2019, os nossos números cresceram para um investimento de 1.4% do PIB em I&D. Aliás, uma das resoluções na agenda do governo é que este número chegue aos 3% até 2030, a fim de desenvolver uma economia movida pela força da inovação e reforçar a posição portuguesa no mapa.

Neste contexto, há também que destacar as inúmeras incubadoras de start-ups e aceleradoras de negócio como a Building Global Innovators, Tec Labs, Startup Lisboa ou Fábrica de Startups, que apoiam o promissor ecossistema tecnológico português.

Tech talent português

A procura pelos melhores profissionais de IT continua a ferro e fogo. A necessidade e respectiva dificuldade em recrutá-los internamente está a conduzir a que as empresas explorem formas e parcerias inovadoras de recrutamento.

Recentemente, as organizações reexaminaram – e moldaram – a relação com as suas equipas e o espaço de trabalho. Actualmente, os empregadores estão disponíveis para expandir o processo de recrutamento e contratar candidatos além-fronteiras.

Com uma atmosfera tecnológica competitiva e vigorosa, Portugal tornou-se num dos maiores nomes em IT consulting graças a uma comunidade tech especializada e com valores competitivos comparativamente à maioria dos países europeus. Factores como Infraestruturas, disponibilidade, background e maturidade dos candidatos, além de um cenário político e económico estável, fazem de Portugal um notável player para o recrutamento IT.

Com um alto nível de fluência em inglês, os profissionais lusos são os candidatos ideais para vagas altamente especializadas. Posições como Back-end Developer, DevOps Engineer e Front-end Developer estão entre os perfis mais procurados em Portugal.

Atendendo à pressão para potenciar a eficiência dos processos de recrutamento, muitas organizações sentiram necessidade de reforçar as suas posições de gestão. Como resultado, assistimos ao rápido crescimento do número de profissionais como Project Manager, Business Manager, Product Owner, Scrum Master e IT Recruiter.

Temos boas notícias para aqueles que trabalham em tecnologia ou que estão a considerar uma carreira em IT: análises sugerem que os salários portugueses venham a crescer entre 6% a 9%.

Quanto às linguagens de programação mais populares em território nacional, JavaScript segue, sem surpresas, na frente. A linguagem mais utilizada a nível global é sucedida, em Portugal, por HTML/CSS, Java, C# e Python.

Mulheres na tecnologia

Progressivamente, o sector tecnológico começa a ponderar sobre importantes questões como a diversidade de género, etnia ou background pessoal.

Ainda assim, em Portugal, a maioria das vagas tecnológicas e das posições de topo são ocupadas por homens. A Eurostat avança que apenas 14.4% dos colaboradores na área de IT são mulheres, um número significativamente abaixo da média europeia. Para agravar a situação, estas colaboradoras auferem, ao final do mês, cerca de 16% menos comparativamente ao género masculino.

Apesar da consciência crescente da valorização do papel da mulher, o Global Gender Gap Report 2020 sugere que este fosso económico entre géneros tem vindo a aumentar. Hoje, sabemos que pouco mais de 35% de todos os cargos de gestão são ocupados por mulheres.

A presença das mulheres na tecnologia é cada vez mais notória. Porém, no que diz respeito à igualdade de género, Portugal ainda tem um longo caminho a percorrer.

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