Costumas reflectir sobre como a tecnologia vai moldar o emprego do futuro? Ou transformar o teu próprio trabalho? Os últimos anos mudaram tudo. Para as empresas. Para os trabalhadores. Para ti. E também para nós.

Aliás, temos vindo a falar das novas tendências e do futuro do recrutamento IT por diversas vezes. Mas, aqui, debruçamo-nos sobre o emprego do futuro.

Se pensarmos bem, tu e eu (a pessoa que aqui te escreve) assistimos na primeira fila a desenvolvimentos tecnológicos verdadeiramente extraordinários. No ambiente de trabalho, as tecnologias e as ferramentas que utilizamos para as tarefas diárias provavelmente já pouco se assemelham às que se costumavam usar há dez ou mesmo quatro anos. E não precisamos sequer de ir muito longe, basta pensamos até antes da pandemia.

Enquanto uns antecipam tempos negros para o futuro do trabalho e temem um tsunami de despedimentos, outros vêm com optimismo as novas oportunidades e a flexibilidade que esta evolução pode trazer. Olhemos, agora, para as principais tendências que podem vir a ameaçar/maximizar o teu emprego. E o meu.

A era do trabalho híbrido e o Metaverso serão o futuro.

Algures em Março de 2020, colaboradores nos quatro cantos do mundo enfrentaram uma transição apressada para o trabalho remoto que revolucionou os hábitos de todos e começou a desenhar o emprego do futuro. Mais de dois anos mais tarde, muitos colaboradores estão a regressar ao escritório enquanto se acostumam a estas novas práticas e rotinas – nomeadamente para quem faz a passagem de 100% remoto para híbrido. Esta nova era na Geografia do trabalho colocou novos desafios, mas também oportunidades tanto para empregados como empregadores.

O Microsoft New Future of Work Report 2022 revelou que a “flexibilidade que o híbrido proporciona pode maximizar a produtividade ao permitir que as pessoas trabalhem da forma que melhor resulta para elas, ou ao possibilitar que tarefas diferentes possam ser executadas no escritório ou em casa – ou ambos.” A comunicação online tornou-se o novo standard, ao mesmo tempo que ferramentas de colaboração inovadoras mudaram a dinâmica do espaço de trabalho. Graças a estas ferramentas e software, colegas de pontos distantes podem trabalham no mesmo projecto numa sala virtual, quase como se estivessem lado a lado.

Mas o fenómeno não termina aqui. A Gartner estima que, até 2026, 25% das pessoas passem, no mínimo, uma hora por dia no Metaverso. No futuro, escritórios virtuais vão transformar como as pessoas trabalham, bem como as conexões entre colaboradores e empresas. A grande questão vai deixar de ser o equilíbrio entre casa e trabalho, mas entre o mundo virtual e o real. Grandes empresas como a Meta e a Microsoft – com a sua plataforma Mesh – estão a trabalhar para criar um ambiente virtual imersivo, onde pessoas de diferentes pontos do mundo podem estar, colaborar e partilhar experiências digitais como nunca.

Automatização e Inteligência Artificial (IA)

O uso de Inteligência Artificial caminha lado a lado com o uso crescente de automatização. Ambos já cá andam há alguns anos, porém, desenvolvimentos recentes acenderam a faísca do receio sobre a ética de virem a ocupar os nossos trabalhos.

A Future That Works: Automation, Employment, and Productivity, uma análise levada a cabo pela McKinsey, divulgou recentemente que apenas 5% dos empregos deverão ser totalmente automatizados e que os humanos desempenharão sempre o papel mais crítico dentro das empresas. A automatização pode, na verdade, ser um aspecto positivo no universo do trabalho e na criação do emprego do futuro, nomeadamente para tarefas repetitivas que a maioria de nós preferiria não ter de fazer. Desta forma, a procura de capacidades cognitivas e competências emocionais alinhadas com a cultura e os objectivos das empresas vai aumentar, enquanto aptidões manuais e físicas podem vir tornar-se menos necessárias. Se és um perfil equilibrado, tens as prioridades bem definidas e as soft skills optimizadas, estás no caminho certo para o futuro do trabalho.

A literacia digital é um imperativo para o emprego do futuro. Mesmo para quem não trabalha em tecnologia.

Que os bons profissionais de IT têm uma vantagem para as novas profissões do futuro, já todos sabemos. Mas isso não significa que não precisemos de uma boa bagagem da teoria tecnológica. Isto porque o dia de trabalho em muitos sectores já pressupõe novas tarefas, expectativas e formas de comunicar através de plataformas digitais. Deste modo, para conquistar um lugar (e um emprego!) nesta nova sociedade digital, todos teremos de actualizar constantemente as nossas competências tecnológicas e digitais. O futuro do trabalho é incerto. Mas a tecnologia fará parte dele e das novas profissões.

As ferramentas que usamos para trabalhar remotamente serão também utilizadas para medir e potenciar a nossa performance.

O trabalho remoto é uma realidade para muitos sectores e organizações. Sem a supervisão tão próxima que o trabalho presencial possibilita, as novas tecnologias que nos permitem trabalhar em casa ou nos cafés mais modernos serão também utilizadas para avaliar a nossa produtividade. Por outro lado, estas ferramentas permitem também uma melhor organização e estruturação do trabalho, dando-nos mais autonomia na gestão e execução das nossas tarefas.

Uma hierarquia mais horizontal vai construir conexões mais fortes entre managers e equipas.

De acordo com a Harvard Business Review (11 Trends that Will Shape Work in 2022 and Beyond), cerca de 65% das responsabilidades de um manager podem vir a ser automatizadas até 2025. Este número poderia até parecer catastrófico, mas vai permitir que o foco destes profissionais seja direccionado para outras prioridades.

A Inteligência Artificial vai assumir tarefas como a organização dos cronogramas de trabalho, a gestão de orçamentos e do workflow, a definição de metas de desempenho de funcionários, a apresentação de feedback sobre a performance e muito mais. Enquanto isso, o papel do manager vai evoluir para um papel mais relacionado com soft skills ao invés de hard skills. A Inteligência Artificial vai, sobretudo, ajudá-los a: 1) melhorar a dinâmica da equipa, 2) reforçar a dimensão relacional e a cultura da empresa, 3) desenvolver conexões mais fortes e próximas, e 4) proporcionar melhores experiências no local de trabalho.

Não existirá uma melhor oportunidade para transformar o futuro do trabalho e o emprego do futuro do que o agora. Todos teremos de fazer uma gestão inteligente para tirar o melhor partido da tecnologia e das capacidades únicas das pessoas. Quem sabe, até pode ter sido o ChatGPT a escrever-te este artigo. Ou não…

Se quiseres começar a investir no teu emprego do futuro, o primeiro passo está aqui. Consulta já as nossas oportunidades emprego.