Em português, era chamada de “Caracolinhos Dourados” e, no conto de fadas escrito em 1837 por Robert Southey, a pequena Caracolinhos encontrava a casa de uma família de três Ursos. Como é contado nessa história, a menina experimentou sempre três opções de mobiliário ou comida para encontrar qual seria a ideal para ela.

A procura incessante da Caracolinhos Dourados pela opção que mais se ajustava a si inspirou profissionais de várias áreas a procurar soluções à medida dos projectos que desenvolviam e da empresa onde trabalhavam. A área das TI não é diferente e o princípio Goldilocks passou a ter impacto no modo como se desenvolve software e mesmo como se faz uso da tecnologia Cloud Computing. No fundo, este princípio serve para se encontrar a solução “ideal” e mais adequada, mesmo que essa não seja a solução mais complexa, mais cara, ou com mais espaço de armazenamento, por exemplo.

 

Tabela de conteúdos

O princípio Goldilocks – Conceito e aplicações

1. Exemplos da aplicação do princípio Goldilocks

 

Goldilocks principle e Cloud Computing

1. Aplicar o princípio Goldilocks à gestão da Cloud

 

Conclusão

 

O Princípio Goldilocks – Conceito e aplicações

Tal como a Caracolinhos Dourados tentava encontrar a opção mais ideal para ela e não se deixava encantar pelos extremos, o princípio Goldilocks é um conceito que sugere que se tente encontrar a solução que seja mais equilibrada face às necessidades de um projecto ou de uma empresa, independentemente da área.

De facto, este princípio aplica-se a áreas tão vastas como psicologia, biologia, astronomia, economia e, claro, engenharia e TI. Na área da engenharia e tecnologias da informação, é aplicado o Goldilocks principle para encontrar o nível mais equilibrado de interactividade, de complexidade, de estrutura e até de abstracção.

 

Exemplos da aplicação do princípio Goldilocks

Nas áreas de engenharia e TI, o princípio Goldilocks pode ser aplicado para ajustar a abstracção em programação, estratégias de preços, criação de conteúdo, entre outros. Além destes, destacam-se:

1. Programação object-oriented – Aplica-se este conceito para encontrar o equilíbrio no nível de abstracção e ajustar os detalhes e complexidade num dado software. Pode passar por equilibrar padrões no design ou a própria interface.
2. Software deployment – O princípio Goldilocks passa por encontrar e implementar a melhor solução para que se desenvolva um produto com ferramentas que não sejam demasiado complexas ou demasiado limitadas em termos de funcionalidades.
3. Cloud computing – O conceito aplica-se com a escolher uma opção de armazenamento de dados que melhor se ajuste às necessidades da empresa e que não comprometa o seu desempenho.

 

O Princípio Goldilocks e Cloud Computing

Quando falamos em Cloud Computing, sabemos a priori que é uma tecnologia que traz consigo inúmeros benefícios para as empresas, mas também inúmeras opções de desenvolvimento da nuvem e de armazenamento de dados. Para que os negócios optimizem a sua performance, estes devem escolher a melhor opção para a empresa, as equipas e os projectos que estas têm em mãos.

É aqui que o princípio Goldilocks entra em cena. De entre todas as opções de computação em nuvem a que as empresas podem ter acesso, há que escolher a que melhor se ajusta e é uma mais-valia para a performance das mesmas.

As opções de desenvolvimento em nuvem passam por: nuvem pública, privada, híbrida, múltipla, dentro das instalações, fora das instalações, sem servidor, entre outras. Encontrar a opção ideal para um dado negócio depende, por sua vez, de vários factores.

Ao aplicar-se o princípio Goldilocks, este irá pôr em perspectiva factores como:

• Complexidade;
• Gestão de dados;
• Segurança;
• Nível de performance;
• Custos.

Tendo em conta estas condições, o conceito Goldilocks está ligado, normalmente, à nuvem híbrida. Esta opção oferece a performance intermédia entre uma nuvem pública e privada, aproveitando o melhor de cada uma. É, por isso, considerada a opção “ideal” para múltiplas empresas.

Além da computação em nuvem, o princípio Goldilocks pode ser aplicado na escolha de uma opção de armazenamento e gestão de dados, de forma a escolher a modalidade é que mais fácil de usar, tendo a melhor performance, e cujos custos sejam mais adequados ao orçamento da empresa.

 

Aplicar o princípio Goldilocks à gestão da Cloud

Além de se aplicar este princípio para a escolha do tipo de nuvem que será ideal para acompanhar uma empresa e as suas equipas, este também pode ser aplicado à gestão da mesma. De entre as formas de o fazer, destacam-se as seguintes:

• Armazenamento de aplicações – É possível aplicar-se o conceito Goldilocks para tomadas de decisão sobre que aplicações migrar para a nuvem, já que nem todas são compatíveis. Antes de o fazer, é comum avaliar factores como escalabilidade, performance e custos, de forma a migrar apenas as aplicações “ideais”.
• Segurança e flexibilidade – O princípio Goldilocks é aqui aplicado para encontrar o equilíbrio entre estas duas vertentes. Ou seja, sem que os dados deixem de estar protegidos aos mesmo tempo que a nuvem continua a ser eficiente.
• Gestão de permissões – Quando uma empresa precisa de encontrar o equilíbrio entre controlo técnico e simplicidade, o princípio Goldilocks pode impulsionar uma decisão de gestão de acessos que não seja demasiado permissiva, nem restrita.

 

Conclusão

Enquanto conceito, o princípio Goldilocks baseia-se na premissa do conto de fadas “Caracolinhos Dourados e os Três Ursos”, no qual a opção intermédia é sempre a mais ajustada aos gostos da personagem principal.

Pegando nesta premissa, o princípio pode ser aplicado em diversas áreas de trabalho como forma de encontrar soluções que se ajustem às necessidades das empresas e das equipas. A área das TI e da engenharia é das que faz mais uso deste conceito para encontrar a opção ideal, especialmente em relação à tecnologia cloud computing.

Nesta área das TI, o princípio Goldilocks faz com que se olhe para todos os factores que fazem parte a opção de computação ou armazenamento de dados para que se faça a melhor escolha tendo em conta as necessidades da empresa, das equipas e dos projectos que têm em mãos.