Lean e Six Sigma são das principais metodologias utilizadas no universo empresarial para optimização dos processos e eliminação de todas as variantes que não agregam valor aos projectos. Porém, quando actuam em conjunto, tornam-se particularmente poderosas na transformação das organizações.

Lean Six Sigma? Uma fusão infalível que oferece o melhor dos dois mundos.

O todo é maior do que a soma das partes

Lean e Six Sigma são metodologias independentes utilizadas para diferentes etapas dos projectos. Todavia, a distinção entre ambas como que se extinguiu à medida que o Lean Six Sigma se tornou no melhor amigo de qualquer gestor de projectos.

O conceito conquistou popularidade, tornando-se numa disciplina amplamente empregue em inúmeras áreas de actividade. Lean Six Sigma é uma combinação de ambas e visa a melhoria contínua dos processos. Estas podem ser utilizadas individualmente, mas, através da união de esforços, funcionam extremamente bem ao “trazer para a mesa” inúmeras oportunidades e vantagens. Antes de analisarmos o Lean Six Sigma, olhemos separadamente para os seus ancestrais.

Lean

Lean é uma filosofia operacional desenvolvida no Japão do pós-II Grande Guerra pela Toyota Production System (TPS). Os autores do conceito foram o fundador da Toyota, Sakichi Toyoda, os seus dois filhos, Kiichiro Toyoda e Eiji Toyoda, e o engenheiro de produção, Taiichi Ohno. Lean cresceu no ecossistema automóvel dos anos 50 e desenvolveu-se sob o princípio de uma eficiência produtiva com base na optimização e estandardização de processos, bem como na redução de “desperdícios” (ou waste). Naquele contexto, os fundadores do conceito visavam alcançar a maior qualidade de produto exequível, no mais curto espaço de tempo e com o menor custo possível.

O Lean Manufacturing identifica sete tipos de desperdícios – ineficiências no seio da actividades que são descritas no conceito original como “muda”: transporte, inventário, sobreprodução, movimentação, espera, produção excessiva, processamento excessivo e defeitos.

Com foco na eliminação de erros e atributos que não valorizam a experiência dos clientes, Lean tornou-se numa metodologia universal. Deste modo, no seu core reside um fundamento claro: melhoria contínua para oferecer o maior valor possível ao consumidor.

A metodologia Lean cresceu no seio do sector industrial, mas rapidamente foi adaptada a um grande número de sectores que vão desde Finanças ao Sector Público, passando ainda pela Saúde e pela Tecnologia. De facto, Lean tem uma presença forte em software development e está na base de inspiração de metodologias agile.

Six Sigma

Esta metodologia foi desenvolvida nos anos 80 pelo engenheiro da Motorola, Bill Smith, com intuito de reduzir a variabilidade dos processos produtivos, que estava na origem de inúmeros problemas e atrasos nos produtos.

Six Sigma (ou Seis Sigma) é, fundamentalmente, um conjunto de ferramentas que promove a melhoria dos processos, e evidencia como a eficiência pode ser o disruptor de resultados melhores e mais rápidos. Em última instância, Six Sigma procura a “perfeição” e produtos/serviços sem lacunas, independentemente da indústria. A premissa é simples: o sucesso ocorre quando todos numa organização, do topo à base, caminham com um objectivo comum e partilham este ethos de trabalhar sem falhas.

A letra grega sigma (σ) representa um desvio padrão em matemática e estatística. Deste modo, um processo maturo de Six Sigma não contabiliza mais do que 3.4 defeitos por cada milhão de oportunidades (DPMO – defects per million opportunities), o que é o mesmo que afirmar que os resultados estão corretos em 99.99966% das situações.

As empresas implementam esta metodologia com bases estatísticas e informação empírica para refinar processos continuadamente e assegurar resultados estáveis e previsíveis. O modelo Six Sigma tem um sistema de ranking inspirado nos cintos das artes marciais para qualificar e certificar os profissionais: White Belt, Yellow Belt, Green Belt, Black Belt e Master Black Belt.

Maximizar o potencial das organizações com Lean Six Sigma

Como? O modelo Six Sigma foca-se na minimização da variação dos processos e no controlo e qualidade dos mesmos, enquanto o Lean minimiza o desperdício e promove a simplificação dos processos.

É importante que questionemos constantemente o porquê de as coisas funcionarem de determinado modo. Na PrimeIT, adoptamos uma atitude Lean Six Sigma, um mindset de adaptação contínua e de aperfeiçoamento dos métodos de trabalho. Esta cultura de solução de problemas ajuda-nos a crescer diariamente e mantém-nos no caminho certo.

Lean Six Sigma proporciona um conjunto de ferramentas que garante uma transformação a longo prazo na cultura da empresa. Ao permitir uma gestão eficaz dos recursos, o Lean Six Sigma liberta recursos e possibilita redirecionar a atenção e esforços para áreas mais importantes para o crescimento da empresa. Em última análise, graças ao desempenho previsível e qualidade consistente, o Lean Six Sigma: diminui custos e taxas de erros, melhora a margem de lucro, simplifica os processos, melhora a eficiência e reduz o time-to-market.

O modelo Lean Six Sigma é implementado em 5 fases graças ao modelo DMAIC: #1 Definir, #2 Medir, #3 Analisar, #4 Implementar/Melhorar, #5 Controlar.

A gestão optimizada dos recursos não deve ser subestimada. O Lean Six Sigma é uma solução vencedora em que ambas as partes, empresa e consumidor, ganham. Aliás, a satisfação do cliente é o seu verdadeiro motor. Esta viagem de transformação prepara os negócios para o desafio constante da expectativa dos consumidores.

O Lean Six Sigma estabeleceu um padrão de excelência e foi desenvolvido para eliminar o desperdício e minimizar todos os recursos desnecessários dos processos de produção a fim de dar uma melhor resposta às necessidades dos clientes.