PrimeIT com projecto 5G na maior potência mundial
PrimeIT com projecto 5G na maior potência mundial
Fevereiro 15, 2021
O projecto de 5G que a PrimeIT desenvolve para um cliente com sede nos EUA, vem no seguimento de um outro projecto de longa duração na tecnologia 4G. Tudo começou em 2010, com o suporte ao lançamento desta última tecnologia no país, e desde então desempenhamos apoio em várias vertentes técnicas dentro do projecto. Destas, podemos destacar a optimização de sistemas VoLTE, Vídeo e Transferência de dados, realização de testes e desenvolvimento de ferramentas de análises para pré e pós-processamento de indicadores, que ajudam na avaliação da qualidade das aplicações que o 4G suporta. De modo a auxiliar a dinâmica diária no laboratório relativamente aos testes, foram desenvolvidas várias ferramentas: instrumentos para gerar carga na rede, usando centenas de telemóveis no laboratório; e ainda aplicações para o sistema operativo Android, capazes de gerar padrões de tráfego, enquadrando os testes necessários para a reprodução de problemas das redes comerciais no laboratório.
A nossa entrada no suporte do 5G coincide com o aparecimento da pandemia do COVID-19 e fez-nos, uma vez mais, pensar fora da caixa. A actuação da PrimeIT passou então pelo apoio no desenvolvimento de braços robotizados para reposicionar os smartphones, de modo a realizar a testagem remotamente, a partir de casa, processo este também integrado na automatização de testes no laboratório. É de salientar que, além da barreira que se conseguiu ultrapassar devido ao trabalho remoto, este método veio trazer consistência no processo de realização de testes.
A PrimeIT reconhece o trabalho desenvolvido e o talento dos nossos consultores no projecto, ao longo de todos estes anos, assim como o nosso cliente tem reconhecido a capacidade técnica da nossa equipa, directamente através de emails e, indirectamente, através da longevidade do projecto.
Conceitos de 5G
O Sistema 5G engloba, no geral, três conceitos onde se encaixam várias aplicações para cada um deles. São então: Baixa Latência (Ultra-Reliable and Low-Latency – uRLLC), Ultra Largura de Banda (Enhanced Mobile Broadband – eMBB) e Massificação da Internet, mais conhecido por “Internet das coisas” (Massive Machine Type Communication – mMTC).
O dia-a-dia com 5G
A utilização do 5G está presente em muitas situações do nosso dia-a-dia e partilhamos agora alguns casos de fácil identificação.
Com o ponto da Ultra Largura de Banda, é possível a existência de hot-spots em cidades ou zonas rurais; tal como em centros comerciais, para que os utilizadores possam ver vídeos com 8k de resolução ou fazer download de ficheiros instantaneamente.
Na Massificação da Internet, entra o conceito da “Internet das coisas”, em que é possível reportar dados para a monitorização de indicadores, controlo ou cobrança de serviços. A bateria dos dispositivos, que permitem obter estes dados, chega a ter uma duração de até 10 anos, dependendo da sua actividade (se comunicam a todas as horas ou semanalmente/mensalmente). Um exemplo são os novos contadores de uma grande empresa portuguesa ligada ao serviço de águas, que permite saber a evolução diária do seu consumo, não tendo a necessidade de dar contagem mensal, e que ainda lança alertas em casos de haver fugas. Imaginemos agora que todos os contadores de água de Lisboa têm este serviço, logo aqui temos a massificação do serviço de água e o início do conceito de cidades inteligentes (esta noção é muito mais abrangente, mas dá para ter uma ideia da sua visão).
No conceito da Baixa Latência, somos todos beneficiados com este melhoramento. Tanto para quem joga online, bem como para as comunicações over-the-top, que são praticamente quase todas as aplicações que usamos actualmente para comunicar e em que a redução da latência oferece uma melhor qualidade de serviço. Mas neste ponto, o grande factor é a capacidade do 5G para ajudar a criar serviços relacionados com industrialização, por exemplo. Imaginemos que uma fábrica necessita de trocar ou reorganizar a disposição da automatização, consoante a sua produção. Com este conceito não é preciso fios, o 5G low latency proporciona a velocidade necessária para as comunicações críticas.
E agora perguntamo-nos, onde fica o utilizador comum de utilização média diária? Fica no meio da pirâmide, mais para a direita, onde este precisa de um pouco de tudo: mais velocidade e mais baixa latência para as comunicações de voz e vídeo, conferências e lazer.
A tecnologia 5G vem então criar uma disrupção nas actuais telecomunicações sem fios, ao criar um conceito onde é possível configurar a rede consoante a necessidade dos utilizadores finais. Ao mesmo tempo, vem unir e uniformizar conceitos que foram criados durante a 4G e que esta não estava preparada para dar resposta.
Para quem vive nas cidades, em que a fibra óptica chega a cada prédio, e até mesmo em certas vilas e aldeias em Portugal, onde a fibra óptica também já é uma realidade, pode não haver a vantagem do 5G, uma vez que quando os utilizadores não estão em casa, o 4G na rua tem a capacidade suficiente para o entretenimento esporádico e acesso às comunicações via email, voz ou vídeo. No entanto, não nos podemos esquecer das muitas localizações (não apenas em Portugal, mas também no resto do mundo) onde não existem infra-estruturas de banda larga. Locais estes onde a tecnologia mais rápida é o ADSL ou que nem esta está disponível.
Podemos então concluir que o 5G, na vertente de capacidade e largura de banda, permite não só aumentar a oferta, mas também “levar” internet de banda larga a muitas regiões, com um custo reduzido para as operadoras, onde estas somente precisam de actualizar as suas infra-estruturas.
E o que nos reserva o futuro?
No sentido de “levar internet a todos os cantos do globo”, até mesmo onde não existe rede eléctrica, foi criado o projecto Starlink, do visionário Elon Musk, dono da Tesla e SpaceX. Este projecto faz uso da nova rede de satélites de baixa órbita, encontra-se em fase beta e comercialização. A nova aposta, para a criação de uma rede satélites com altitude na ordem dos 550Km, permite velocidades que rondam os 50 a 150 Mbps e latências na ordem dos 20ms a 40 ms, valores comparáveis com certas redes 4G. De salientar que este não será o único propósito da rede Startlink, uma vez que Elon Musk quer competir e adiantar-se no mercado em prestar serviços de infra-estruturas aos operadores de 5G, eliminando assim a necessidade de instalação de fibra óptica ou de feixes hertzianos, ponto a ponto, em certas zonas mais remotas.