Nas últimas décadas, os produtos digitais estão em constante interação com as pessoas e o seu contexto. Por isso, é essencial que estes se alinhem harmoniosamente e suprimam as necessidades de quem os utiliza.

Tanto para que mais pessoas consigam utilizar estes softwares de forma eficiente, como para os tornar mais sustentáveis, a usabilidade é um dos mais importantes critérios no desenvolvimento de software.

E, porque o fácil acesso e uso de produtos digitais se torna imperativo a cada dia que passa, é também indispensável que se sensibilize para as boas práticas do UX Design. Como tal, celebra-se a 9 de Novembro o Dia Mundial da Usabilidade.

De forma a assinalarmos este dia da melhor forma, conversámos com a Maria Fraga, uma das Seniores UX Designers da PrimeIT.

À conversa com Maria Fraga, Senior UX Designer

Sabemos que a usabilidade é mais do que um conceito dentro da área de UX Design. Como é que a definirias?

A usabilidade é um dos principais critérios para o desenvolvimento de um produto que responda às necessidades dos utilizadores num formato claro, eficiente e satisfatório. Ela está presente em todas as fases do processo de criação de experiências para utilizadores, desde a pesquisa fundamentada ao design do produto final.

Enquanto UX Designer, de que forma a usabilidade de um site é afectada?

A usabilidade pode ser afetada de muitas formas, pois ela é composta por diferentes critérios. Desde o desempenho do produto, à sua estrutura, à visualização do conteúdo. Todas estas e muitas outras necessidades têm de ser respondidas para que os utilizadores consigam interagir da forma mais eficiente possível com o website ou com qualquer produto digital.

E que práticas são mais utilizadas para melhorar a User Experience?

A melhor prática provém da compreensão do problema em que o UX está enquadrado. Só ao percebermos o problema de uma maneira fundamentada, é que podemos desenvolver soluções que respondam as dificuldades reais dos utilizadores. Podemos obter esse entendimento através da pesquisa, da análise crítica e de diferentes metodologias que possam ser apropriadas para o produto e para o seu enquadramento. 

Partindo da tua experiência, que elementos e práticas impactaram de forma positiva um produto digital em que tenhas trabalhado?

A prática principal e a mais essencial é a pesquisa fundamentada. Para qualquer produto, o mais importante é que o UX responda às necessidades do utilizador e do meio em que está inserido, algo que só podemos saber através de métodos de pesquisa adequados ao âmbito. Com uma boa fundamentação e consideração pela usabilidade, qualquer produto tem possibilidade de alcançar o seu potencial máximo.

Quais são os desafios mais significativos para a usabilidade de um e como podem os designers ultrapassá-los?

Existem vários problemas que podem surgir relativamente à usabilidade, um deles é a visualização do conteúdo. Muitas vezes deparamo-nos com sites que têm um pouco de todo, desde animações, transições ou diferentes estilos de tipografia, o que acaba por deixar o conteúdo/ a mensagem do produto com margem para ser mal interpretada. Como muitas coisas na vida, menos é mais: começar o processo por definir princípios, criar hierarquias, definir dimensões e um estilo visual que permita ao utilizador uma navegação intuitiva e clara pelo mapa do website.

Se tivesses de aconselhar um UX Designer em início de carreira, que boas práticas destacarias?

Diria que o mais importante é o pensamento crítico sobre o produto. Atenção ao detalhe no processo e na execução do design, sempre o mais considerativo possível quanto aos utilizadores e ao público para o qual está a criar. E claro, aplicar todo este conhecimento numa visualização que seja clara para os stakeholders e membros da equipa. 

No futuro da usabilidade, que tendências ou mudanças prevês que aconteçam?

Tudo é possível quanto ao futuro da usabilidade, vivemos uma realidade que nunca esteve tão perto do digital. Desde a inteligência artificial a espaços virtuais, a usabilidade mais simples (como a de um website ou uma app) já simula essa imersão na dimensão tecnológica, que só terá tendência a intensificar.