Prazos apertados. Equipas dispersas por vários países e fusos horários. Conflitos de merge. Falhas de comunicação entre equipas técnicas e de negócio. Podíamos enumerar vários aspectos que desafiam, todos os dias, o trabalho das equipas de software. Numa indústria em que o código se escreve e implementa a várias mãos, o desenvolvimento colaborativo passa a ser indispensável. Como se desenvolve software de forma coordenada, transparente e eficiente – mesmo quando a equipa não está na mesma sala?

Desenvolvimento colaborativo: de vantagem a necessidade

O desenvolvimento colaborativo permite que várias equipas técnicas – muitas vezes distribuídas globalmente – desenvolvam software para o mesmo projecto de forma simultânea e contínua.

A pandemia normalizou a colaboração remota em várias empresas e projectos de software no mundo inteiro. O desenvolvimento colaborativo passou a ser não só uma vantagem competitiva, mas também uma necessidade. As equipas de software já não precisam de estar na mesma sala para inovarem e trabalharem em conjunto. Precisam de escolher as ferramentas e uma cultura de trabalho que valorizem a transparência, de forma a colmatar barreiras técnicas ou geográficas.

Qual o papel do DevOps?

A metodologia DevOps concretiza o desenvolvimento colaborativo. O termo foi cunhado por Patrick Debois em 2009, uma vez que forma um elo entre as equipas de desenvolvimento e operações. Automatiza deploys, garante a monitorização contínua, facilita o rollback e promove uma cultura de responsabilidade partilhada.

O DevOps está a revolucionar a forma como as empresas desenvolvem, testam e entregam aplicações. A integração contínua entre as equipas de Dev e Ops permite que trabalhem lado a lado. Pequenas interacções e entregas frequentes de novo código permitem validar hipóteses mais depressa e corrigir problemas em tempo real. O objectivo é partilhar conhecimento através de contributos constantes e da automação de processos. Esta cultura de trabalho facilita a colaboração remota e torna a gestão de projectos mais eficiente.

Que plataformas impulsionam o desenvolvimento colaborativo?

As plataformas de desenvolvimento colaborativo deixaram de ser meros repositórios de código e evoluíram para verdadeiros centros de operação. Que ferramentas podem fomentar a colaboração e facilitar a gestão de projetos de software?

– GitHub, GitLab, Bitbucket, Jenkins ou CircleCI: Controlo de versões, automatização de testes, pull requests, code reviews e integração com pipelines CI/CD.

– Jira ou Azure DevOps: Planeamento de tarefas, gestão de projectos e visibilidade de progresso em tempo real.

– Slack, Microsoft Teams: Comunicação integrada directamente com notificações de builds, deploys ou merges.

– Notion ou Confluence: Partilha de documentos entre as áreas técnicas e de negócio.

– Terraform, CloudFormation ou Ansible: Gestão de infra-estrutura como código (IaC) ou automação de configuração. Asseguram consistência e escalabilidade.

– Prometheus, Grafana ou ELK Stack: Monitorização, análise de logs e visualização em tempo real. Garantem fiabilidade e qualidade da performance.

Estas plataformas permitem que os diferentes perfis envolvidos no desenvolvimento colaborem: programadores, testers, DevOps, product owners, etc.  Passam a colaborar no mesmo espaço, com visibilidade total sobre o ciclo de vida do software.

Integração contínua: o pilar do desenvolvimento colaborativo

A integração contínua (Continuous Integration – CI) permite aglomerar todas as cópias de trabalho dos desenvolvedores de software numa única linha principal partilhada, várias vezes ao dia. É aliada à entrega contínua (Continuous Delivery – CD), que permite que as equipas de desenvolvimento produzam software em ciclos curtos. Garantem, deste modo, que o software possa ser lançado com segurança a qualquer momento.

O pipeline CI/CD é uma componente crucial nas práticas de DevOps. Permite que as equipas de software possuam versões utilizáveis do software, sempre prontas para deploy. Cada modificação do código é testada e integrada num fluxo central, de forma rápida e segura.

A transformação digital não se faz de forma isolada. As plataformas estão mais robustas, as equipas mais sincronizadas e as práticas de integração contínua e DevOps são essenciais para uma gestão de projectos eficiente.

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